User:Jcrispimromao/My Meditations on Educational Problems

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Como encontrar resposta para tantas dúvidas?

Com estas interrogações, eu apenas tenho tentado encontrar, numa grande selva de opiniões em várias línguas, uma linha de conduta e filtros de avaliação de propostas que possam ser usáveis na escola que dirijo.

Se bem que não seja um exemplo completo, pois apenas contempla os níveis pré-escolar e de 1º Ciclo do Ensino Básico, penso que grande parte destas ideias, pensamentos, sensações e opiniões é importante e penso que este debate deveria ser generalizado a todos os elementos participantes nesta grande actividade a que se dedicam dezenas de milhares de portugueses, seja como professores, como alunos ou pais.

Há desta forma vários aspectos a ter em linha de conta e para os quais não será fácil encontrar um consenso ou uma resposta única na qual possamos fazer tábua rasa e partir para outra realidade.

Ensinar em abstracto:

  1. Quais os objectivos primeiros do ensino?
  2. Criar mão de obra necessária para a economia?
  3. Acabar com o analfabetismo?
  4. Melhorar os níveis de literacia?
  5. Nivelar as sociedades pelo conhecimento?
  6. Melhorar o relacionamento e o conhecimento que as diferentes culturas têm umas das outras, razão apresentada para a maior parte dos conflitos que tema assolado o desenvolvimento humano ao longo dos séculos?

Que tipo de preparação queremos para os nossos alunos?

  1. Preparar os futuros profissionais?
  2. Melhorar o nível dos nossos alunos?
  3. Concorrer com os restantes países do mundo ocidental?
  4. Proporcionar uma ocupação para que não integrem cedo demais o mercado de trabalho?

De que forma a tecnologia pode proporcionar uma melhor preparação?

  1. Facilitar o acesso à informação?
  2. Proporcionar o desenvolvimento de um espírito curioso, crítico e dinâmico para a transformação do meio envolvente?
  3. Libertar o conhecimento e a aprendizagem das paredes da escola?
  4. Democratizar o acesso ao conhecimento?

Como preparar os alunos para uma carreira em que equilíbrio e emprego seguro serão cada vez mais expressões sem sentido?

  1. Preparar para a inovação e espírito crítico na avaliação da realidade e dos novos caminhos a trilhar para a sua alteração, independentemente da difusão ou não das tecnologias da Informação e do Conhecimento.


Uma nova escola:Que paradigma de ensino?

  1. Ensino presencial
    • Autoridade centrada no professor?
    • Difusão unívoca do conhecimento?
    • Conceito Magister Dixit?
  2. Estudar por vontade (edupunk)
    • Liberalização dos conteúdos ( wikipédia, colaboração online, “open source” por oposição aos produtos controlados por marcas ( Microsoft vs. Google )?
    • Expectativas dos alunos?
    • Dificuldades sociais?
    • Representações das famílias?
    • Valorização da Cultura?
  3. Ensino à distância online
    • Usada por grandes organizações para a formação contínua dos seus colaboradores ( militares, grandes corporações, grupos sócio-profissionais dos quais os professores são um exemplo emergente )
    • Usado por indivíduos que apenas queiram aprender matérias que podem ser totalmente afastadas do que é a sua linha profissional.
  4. Ensino misto (simultaneamente presencial e online)
    • Sistema usado em muitas universidades, em que a par de aulas presenciais existem sistemas de gestão de transmissão de conhecimentos, mais conhecidos por LMS como o Moodle ( desenvolvidos em ambientes Open Source por oposição aos sistemas de marca registada )
  5. Formação Contínua
    • A formação não está apenas ligada a um curso inicial, mas antes à forma como o sujeito de aprendizagem usa os seus conhecimentos para melhorar a sua visão do mundo e por essa via implementar melhorias no seu meio directo ( profissional familiar ou social )
  6. Ensinar tendo os testes por horizonte?
    • Qual a importância dos testes?
    • Se não são importantes por que razão não foram já abolidos ( embora no sistema português seja quase possível a um aluno chegar ao nível universitária com meia dúzia de testes realizados ao longo de 12 anos de aulas. )
    • É pela não existência de testes que os nossos resultados são melhores?
  7. De que forma a escola consegue avaliar o funcionamento correcto dos testes e dos seus resultados?
    • Será que a leitura da maior parte das grelhas de correcção de testes nos dão uma correcta leitura da curva de Gauss? Não será que há distorções nessa curva?
    • De que forma se poderá admitir que muitos professores estejam habituados a usar testes pré-formatados, feitos pelas editoras, que têm como objectivo o país inteiro e classes com conhecimentos muito diferenciados, tendo por isso resultados desajustados ao nível de exigência que muitas vezes é aplicado no dia a dia?
    • Será que o fazem apenas porque querem evitar o trabalho a mais? Será que em todos os níveis de ensino há professores a dar testes pré-formatados?
    • Até que ponto o facto de as turmas e os alunos não serem confrontados com exames rigorosos, não permite que haja algum laxismo na forma como os docentes podem aplicar a bitola de exigência?
    • Como se pode aceitar que os programas de muitas disciplinas possam não sejam cumpridos? Até que ponto isto acontece em todas as escolas?
    • Como se exerce o controlo apertado de planificações e programas tanto nas privadas como nas públicas?
    • Será que os sistemas se aproximam? Em caso afirmativo, como se pode explicar uma tão grande diferença entre os resultados das escolas públicas e privadas?
    • Será que se justifica apenas pela diferença de classes e capacidades financeiras?

A importância dos testes no ensino

    • De onde vem a tendência de evitar os testes como forma de se aferir da qualidade dos sistemas?
    • E este fenómeno, tanto quanto me tem sido dado observar não é exclusivamente português, pois a mesma tendência acontece na Europa e nos Estados Unidos.
  1. Ensinar sem testar? Que futuro? Avaliação Contínua “forever”?
    • Será possível desenvolver um sistema de ensino formador de futuros profissionais sem se aceitar ter de haver uma forma sincrónica de avaliar e comparar conhecimentos diferenciados?
    • Será que o mundo do trabalho vai permitir ficar sem os melhores apenas porque não há forma de poder aferir quais são de facto os melhores?
    • Não serão depois as empresas a instituir um conjunto de testes de forma a poder escolher entre as centenas de candidatos ( facto que já acontece em grande multinacionais)?
    • Será que o sistema desenvolvido e cimentado nas últimas décadas tem melhorado o nível dos profissionais habilitados profissionalmente?
    • Na época da certificação para todas as áreas de actividade humana, vamos abdicar da certificação dos conhecimentos? De que forma a sociedade irá beneficiar?
    • Se perguntarmos aos pais, qual será a sua posição perante os testes?

Tecnologia:

  1. Que facilidade em introduzir a tecnologia na sala de aula?
    • Será que as condições em geral de todos os escolas serão as mesmas?
    • Será que podemos garantir as mesmas condições para todos os alunos?
    • Será que a preparação dos docentes tem acompanhado a velocidade vertiginosa em que a transmissão de conhecimentos e de comunicação e espírito de colaboração tem aproximado as pessoas de pontos afastados do planeta?
  2. Equipamentos existentes
    • Da mesma forma, que as condições das escolas podem criar grandes diferenças de oportunidades, até que ponto as tecnologias ( computadores, ADSL, redes de acesso livre nas escolas ) permitem uma igualdade de tratamento entre todos?
  3. Materiais online existentes
    • Neste aspecto tem-se avançado muito e conseguem-se encontrar já muitos materiais de apoio na internet, uma boa parte deles criada em português norma brasileira.
    • Temos também de reconhecer que o Ministério da Educação por uma lado, e as autoridades que de uma maneira ou de outra estão ligadas ao desenvolvimento e aplicação do Plano Tecnológico por outro, têm sido os responsáveis pelo grande desenvolvimento do número e qualidade de materiais disponíveis para todas as escolas.
    • Também temos de dar o mérito aos milhares de professores que de forma anónima criam todos os dias conteúdos que aplicam nas suas aulas e que muitas vezes partilham com os seus colegas.
  4. Preparação dos docentes
    • Qual a percepção que os docentes têm da realidade do desenvolvimento das condições de aplicabilidade de tecnologias em ambiente de sala de aula?
    • De que forma não sentem que isso irá pôr em causa a sua função ou habilitações / preparação tecnológica para poder enfrentar turmas de alunos que na sua maioria já cresceram com os computadores à sua volta e dominam bastante bem estas novas tecnologias ( se bem que nem sempre da melhor maneira ).
    • De que forma o modo como os alunos usam as novas tecnologias é a forma mais correcta para que aquelas possam trazer valor aumentado ao processo de ensino / aprendizagem?
  5. Preparação dos alunos
    • Qual a percepção dos alunos em relação à aplicação de novas tecnologias em ambiente de estudo, trabalho ou sala de aula?
    • De que forma poderemos ensinar os alunos a usarem as tecnologias de uma forma mais consentânea com as reais capacidades de utilização em ambiente de aprendizagem?
    • De que forma o professor tem de alterar a forma como vê a sua posição na sala de aula para uma presença mais colaborativa e coordenadora principalmente à medida que os níveis de ensino vão subindo e que o limite da curiosidade de um aluno está apenas a uns cliques da resposta em documentos digitais e virtuais em inúmeros servidores ao longo do planeta?
    • Será que o professor tem consciência de que não terá qualquer hipótese de estar antecipadamente a para de todo o conjunto de informação produzida a toda a hora e á qual os alunos interessados poderão ter acesso?
    • De que forma isso não irá levar a um novo conceito de escola e de aprendizagem bem mais próximo da aprendizagem na vida real?
    • E como é que esta nova maneira de ver o ensino e a aprendizagem estará demarcada pelas formas actuais de avaliação de conhecimentos?

A tecnologia resolve os problemas?

  1. Será então que a tecnologia só por si vai resolver os problemas que enfrentamos?
    • Mas será que, por outro lado, não as usar não irá fazer a escola divorciar-se completamente da realidade da nossa juventude e da dispersão e transmissão de conhecimento não formal e colaboracionista?
    • Quantas situações como as da célebre frase “ Dá-me o telemóvel!” ainda vamos ter de assistir até que as escolas percebam que os novos meios de comunicação estão mais perto de pertencerem à solução do problema do que ao seu aprofundamento?
    • De que forma pode a tecnologia minorar o “gap” entre professores e alunos?
    • E qual o papel que as relações entre alunos e professores irá começar a ter?
    • Quantos dos professores vão começar a ter alunos como amigos no “Facebook”?
    • E de que forma isso irá melhorar ou piorar o relacionamento entre professor e alunos?
    • E será o relacionamento equivalente em todas as idades?
  2. De que forma pode a tecnologia minorar o abandono escolar?
    • E em relação ao abandono escolar? De que forma pode a escola agarrar através das novas tecnologias os alunos que de outra forma em décadas anteriores abandonariam a escola por esta não lhes trazer nada de novo e representar uma faceta autoritária, hipócrita e caduca?


A realidade portuguesa:O alargamento da rede escolar após 25/4/1974

  1. Os problemas decorrentes da massificação do ensino e da formação de professores em Portugal nas três últimas décadas ( aspectos positivos e negativos )
    • A recusa da autoridade e os abusos da democracia e das teorias pedagógicas
    • A proliferação e cópia de teorias pedagógicas que levam a que haja um contínuo diferendo entre os partidos no que respeita à educação e ao caminho a percorrer, mas, ainda mais importante, que tem impedido que haja um consenso sobre os principais objectivos a atingir independentemente do governo que esteja no poder.
  2. A Barreira da Língua Estrangeira
    • Nunca como agora as línguas estrangeiras ou a ineficácia do seu domínio pela grande maioria da população foram uma barreira ao desenvolvimento da nossa mentalidade, embora isso esteja a mudar a uma velocidade muito rápida.
  1. O ensino público versus ensino particular
    • Por que razão há uma diferença tão grande entre escolas do ensino particular e público quando se analisam os resultados de exames?
    • Será que as escolas ( públicas e privadas ) não são capazes de se debruçarem sobre essa realidade?
  2. A participação dos docentes
    • E de que forma ao professores têm sido facilitadores ou barreiras a esta evolução?
    • Tecnologia obrigatória para os docentes ou à escolha?
    • De que forma deve a aplicação e difusão de novas tecnologias e respectiva aplicação em sala de aula ser posta aos docentes?
    • Usar ou recusar liminarmente de acordo com a sua opinião?
    • E de que forma numa mesma escola se poderá admitir que haja turmas a evoluir a velocidades ou em condições completamente diferentes?
  3. Alterações introduzidas pelo “e-escolinhas” e “e-escolas”…
    • Na realidade, para lá das discussões estéreis sobre o Magalhães e a forma como foi implementado, de que forma ele mudou as nossas escolas?
    • Será que introduziu até ao momento alguma alteração significativa? E porquê?
    • Não será que as pessoas têm andado mais preocupadas em deitar o projecto “e-escolas” abaixo do que a encontrarem alternativas de o pôr em funcionamento?
    • E agora? Quantos Magalhães estão a ser usados em ambiente de sala de aula de forma mais produtiva?